Um dos principais debates sobre os Programas de Saúde e Bem-estar é o seu ROI.
Se a sua empresa tem um Programa para os seus funcionários, esta questão é das mais pertinentes.
Qual a melhor forma de avaliar e medir o sucesso de um programa, se o ROI não capta indicadores que sejam menos mensuráveis, tais como níveis de motivação ou produtividade?
Para tentar responder a essa questão, começo por dar o exemplo da SAP – uma empresa tecnológica multinacional com mais de 88.000 funcionários. A SAP tem o seu programa em funcionamento há cerca de 5 anos. Este programa de Wellness da SAP (mais informação aqui) cobre um conjunto alargado de serviços e atividades holísticas, incluindo gestão de diabetes, monitoria na área da saúde, desafios de bem-estar, feiras anuais de saúde, administração de vacinas contra a gripe no próprio local de trabalho, entre outros. Cada área geográfica tem os seus programas específicos e adaptados à sua força de trabalho local.
O que é relevante, neste caso, é que cerca de 50% dos funcionários se encontram comprometidos com o programa e avaliam o mesmo como sendo vantajoso, apesar do Diretor Jason Russell reconhecer que não é fácil a contagem do número efetivo de participantes.
Como a SAP contorna esta questão? Avaliando o impacto do programa, mais do que o número de participantes efetivos. Isto significa que a avaliação é efetuada também pela avaliação dos custos (que diminuíram) e o aumento dos níveis de saúde dos funcionários.
Então como avaliar o sucesso?
Ao avaliar o sucesso de um programa de Wellness, as empresas não deverão ter apenas em consideração o ROI (Return on Investement), mas também o VOI (Value on Investment).
A redução dos custos de saúde e a melhoria da qualidade de vida dos empregados são, geralmente, as formas mais importantes onde o Programa pode demonstrar o seu valor. Mas, infelizmente, o ROI pode ser difícil de medir. Fatores como o turnover dos funcionários, preocupações de privacidade, alteração de políticas internas ou externas e novas apólices de saúde, podem dificultar uma determinação exata do ROI.
Os melhores programas de Saúde e Bem-estar têm objetivos que incluem a redução de custos de saúde e absenteísmo, mas não só: se centram no verdadeiro bem-estar, de forma holística.
E ainda mais: visto que os programas de Wellness deverão ser customizados à empresa onde estão implementados, uma comparação com outros indicadores de outras empresas poderá enviusar os dados e as suas métricas.
Contudo, os dados quantitativos não são a totalidade dos dados.
Consequentemente, e por essas razões, o VOI pode se apresentar como uma alternativa mais fácil e eficiente de avaliar o sucesso de um programa. Uma análise VOI também auxilia na comparação dos participantes versus os não-participantes, mas para além de avaliar as poupanças, avaliam outros indicadores, tais como a satisfação dos funcionários e a sua motivação.
Melhoria dos níveis de saúde
Os programas de Saúde e Bem-estar devem ser desenvolvidos para permitir que os colaboradores se tornem mais saudáveis, tanto física como mentalmente, assim como reduzir os comportamentos de risco.
Um programa poderá ser considerado como bem-sucedido, se auxiliar os funcionários a fazerem melhores escolhas nutricionais, assim como praticarem mais exercício e estarem conscientes da sua saúde mental. Neste caso, as avaliações anuais de saúde no trabalho poderão ser uma opção para avaliação dos indicadores proporcionados.
Melhoria da cultura organizacional
Um programa eficaz será a base para uma cultura sólida de bem-estar. Uma empresa que tenha esta cultura sedimentada, coesa e integrada no seu interior, irá encorajar e promover o bem-estar dos seus funcionários. Isto também inclui o desenvolvimento de ambientes de trabalho onde os colaboradores se sentem mais úteis, produtivos e valorizados. Se este aspeto for tido em consideração, a sua satisfação geral será maior e, consequentemente, produzirá melhores resultados.
Melhoria das relações laborais
Um dos principais objetivos de um programa que é desenvolvido no local de trabalho, também contribui para a melhoria da formação dos seus colaboradores, seja a nível laboral ou de saúde. Uma autoconsciência por parte dos empregados irá permitir escolhas mais saudáveis, o que se traduzirá – também – numa melhoria do estado de saúde.
Falamos, particularmente, na adoção de hábitos e alterações no seu estilo de vida que sejam mais positivos, tais como melhoria nos padrões de sono, prática de atividades de cuidados pessoais e uma melhor alimentação.
Na prática de atividades de grupo, fora do contexto laboral, ajuda a que os colaboradores se conheçam melhor e estabeleçam outros pontos de contato. Quando aliado a um estilo de vida mais saudável, é visível mais proatividade, empatia e sentimento de comunidade.
A opinião dos colaboradores conta
Um dos maiores indicadores para o VOI é precisamente o feedback dos colaboradores.
A sua opinião conta sempre – especialmente num programa de wellness.
Os empregadores devem estabelecer pontos de contato e comunicação para incentivar que os colaboradores partilhem suas opiniões e possam oferecer – também – soluções para os aspetos que poderão ser melhorados. Uma revisão sistemática e regular permite que os programas estejam alinhados às necessidades dos colaboradores e potenciem o seu envolvimento.
Um programa estruturado, customizado, que permita uma avaliação de métrica referentes aos participantes é o primeiro passo para maiores níveis de produtividade, bem-estar e melhoria da saúde.
E quando os funcionários têm uma saúde de ferro, é uma situação win-win: para os empregados e empregadores.