Como a saúde dos seus colaboradores impacta a saúde da sua empresa

A saúde corporativa é essencial. 

É cada vez mais proeminente que a saúde no contexto empresarial pode transformar a vida das empresas e, consequentemente, o impacto na produtividade dos seus funcionários. O tema do bem-estar e saúde corporativa tem sido um tópico com crescente interesse nos últimos anos.

E por boas razões.

É de senso comum que o estresse tem impactado cada vez mais pessoas desde sempre e, de acordo com a professora de psicologia Jean Twenge, a tecnologia, a crescente competição e o isolamento são fatores determinantes. Atualmente, no contexto laboral, funcionários insatisfeitos podem sair desmotivados, disseminando um ambiente negativo e reduzindo a produtividade das equipas. E com este facto, é imprescindível a procura de soluções sustentáveis e viáveis.

De acordo com o inquérito desenvolvido pela organização de saúde mental Mind, se verifica que a saúde mental dos colaboradores é deficiente para 48% dos inquiridos. 

Mas, é também possível verificar que apenas metade daqueles que experienciaram um impacto negativo na sua saúde mental o mencionaram aos seus chefes. A consequência decorrente desta falta de comunicação se torna visível se considerarmos o aumento das taxas de absentismo e o consequente impacto nos custos que as próprias empresas incorrem.

Mas o que é o bem-estar corporativo? 

Apesar do tema da saúde corporativa ser crescente e um fator cada vez mais proeminente no seio das empresas, existe algum desconhecimento do que efetivamente é. Alguns elementos de Recursos Humanos consideram que estaremos a falar de retiros de meditação, adoção de regimes alimentares alternativos ou proporcionar momentos de lazer no local de trabalho, com a inclusão de planos de saúde e fitness.

Mas, enquanto estas opções são claramente de bem-estar, elas continuam sendo redutoras do que significa o bem-estar.

O bem-estar corporativo é multifacetado, mas não complicado. 

Uma questão de prevenção 

A Volvo, amplamente conhecida pela implementação de mecanismos que aumentam a segurança dos seus condutores desde da introdução do cinto de segurança com três pontos em 1959, tenta contrariar esta tendência.

Porque a prevenção é mais importante que a cura. 

Desde de 2016, que o braço inglês da empresa tem disponibilizado exames de saúde para os seus colaboradores, incluindo a despistagem dos tipos mais comuns de câncer, assim como avaliações físicas abrangentes dos seus dirigentes.

E por vezes, as medidas implementadas nas empresas surgem posteriormente a notícias de choque. Nesse caso, a introdução do programa profundo de saúde da Volvo foi implementada após uma das colaboradoras ter sido diagnosticada com câncer de mama.

Tanto que o responsável de recursos humanos da Volvo Cars UK, Simon Eade, reconhece que “existem duas formas de minimizar o impacto de um acidente”. Se por um lado a prevenção pode ser do próprio acidente em si, por outro lado, a minimização ocorre após o acidente ter ocorrido. E é fundamental que as

“avaliações de saúde funcionem como forma de segurança preventiva para evitar que os acidentes ocorram”.

Já em 2010, a Organização Mundial de Saúde alertava para os 160 milhões de homens e mulheres que são afetados por doenças relacionadas com o trabalho, reforçando como o local de trabalho diretamente afeta o bem-estar físico, mental e social. 

De certa forma, os benefícios diretos das avaliações de saúde são difíceis de medir, não apenas porque os seus impactos positivos são difíceis de distinguir daqueles que resultam de outras iniciativas de saúde, mas dizem os responsáveis de tais programas que o impacto positivo é evidente.

“Vemos por todos os nossos inquéritos de interação que uma força de trabalho saudável é uma forma de trabalho mais inovadora, criativa e que trará melhores resultados para os nossos clientes”, afirma Tony Horan, responsável da Accenture UK pelo capital humano e diversidade.

Nutrindo o estado de saúde da empresa 

De acordo com o estudo desenvolvido pela Tower Watson em 2015, uma força de trabalho de boa saúde e satisfeita, pode reduzir custos em mais de 1.600 dólares por ano e diminuir o número de dias de absentismo causadas por doença súbita.

E se mencionarmos o impacto da alimentação no local de trabalho, poderemos verificar que cerca de 3,5 dias úteis de trabalho por ano são perdidas por funcionários com uma alimentação deficitária e pobre.

Ao diminuir a ingestão de gorduras para níveis saudáveis, é possível reduzir o absentismo em 2,5 dias por ano. 

Fonte: Vitalityhealth/Rand Europe; Britain’s Healthiest workplace 

Consciente deste impacto, a detentora da Timberland – a VF Corporation – optou por investir em iniciativas de bem-estar, tanto ao nível global, como no nível de marca, tomando em consideração o retorno do investimento tanto para a empresa como para a cultura organizacional.

Por isso, a Victory Garden da empresa foi criada no ano de 2008, na própria sede da empresa, consistindo somente numa pequena parcela no jardim. Atualmente, produz centenas de quilos de legumes frescos e flores.

O impacto positivo deste jardim poderá não ser visível à primeira vista, mas é um facto que ao mesmo tempo que permite aos funcionários a possibilidade de voluntariado e passar tempo fora de portas, os produtos biológicos que são criados são também vendidos na empresa e as receitas das vendas são revertidas em prol de uma organização local.

Quando nos referimos a uma alimentação saudável, a educação é fundamental. 

Fortalecer a saúde corporativa da empresa 

O primeiro passo para uma melhoria da saúde dos funcionário e consequente produtividade é integrar o bem-estar na cultura organizacional. É com isso em mente, que empresas que valorizam os seus funcionários e a rentabilidade das suas equipas criam processos e sistemas que valorizam o indivíduo, e simultaneamente os grupos de trabalho.

Se iniciar um programa de saúde e bem-estar adaptado terá os seus desafios, o mesmo é possível e trará retorno. No entanto, um programa que seja eficaz não é um “one-size-fits-all”. É importante considerar os diversos aspetos que são integrantes, assim como todos os intervenientes. Só dessa forma é possível a implementação de um programa bem-sucedido.

É possível criar uma cultura organizacional que valoriza a saúde holisticamente e não apenas em análises clínicas e limitadas. Ao fazer isso, está investindo no futuro das empresas e no futuro dos funcionários – não só na retenção de talentos, mas também na captação dos mesmos.

Escrito por:

Iron

A solução para o bem-estar corporativo.

LinkedIn
Instagram
Categoria Saúde Corporativa