A Revolução da Inteligência Artificial no Wellness

Os dispositivos são parte integrantes da nossa vida atual, sem dúvida.

Na última década, como seria de esperar, se verificou o aparecimento de novas tecnologias associadas ao mercado da Saúde e Bem-Estar. Dispositivos para o comum dos mortais, com sensores para monitorar passos, batimentos cardíacos, saúde, e muito mais. O caminho para uma nova revolução estava lançado.

Para os menos atentos, estes dispositivos wellness foram de tal modo concebidos para se tornarem acessórios de moda, desde anéis a colares com capacidades de avaliação de passos ou até do estado humor dos utilizadores.

À medida que as capacidades cognitivas destes dispositivos vão crescendo, o mercado da tecnologia wellness incorpora uma nova geração de inteligência artificial (IA).

De acordo com o CEO da IBM, Ginni Rometty, é expectável que, em termos de valores de oportunidade, a indústria de serviços de IA atinja os $2 triliões.

Mas qual a interseção entre a IA e o Wellness?

Tomando como ponto de partida a perspetiva do Dr. Hettler sobre a abrangência do Wellness, poderemos verificar que o mesmo defende a existência das seguintes 6 dimensões: física, social, emocional, espiritual, intelectual e ocupacional. E apenas quando se tomam em consideração estas dimensões, numa perspetiva holística, conseguiremos atingir um potencial pleno.

Quais as tecnologias emergentes de momento?

Os exemplos tecnológicos aqui referidos representam apenas uma parte de um conjunto de tecnologias emergentes. Nos dias que correm, a palavra smartwatch está se tornando cada vez mais conhecida. Estes dispositivos registam e reportam métricas específicas e utilizam machine learning para realizar previsões em termos de saúde. Os exemplos incluem o FitBit e Apple Watch, sendo que já existem estudos que analisam como a análise de dados pode prever o risco de diabetes para os utilizadores.

Mas, a capacidade tecnológica já se expande para as dimensões emocionais e mentais. E pelos piores motivos:

Nos Estados Unidos o consumo de antidepressivos entre 2005 e 2008 aumentou quase 400% em todas as faixas etárias, comparando com o período de 1988-1994, de acordo com a National Center for Health Statistics. (14)

Se esses dados são alarmantes, a investigação clínica – e também startups – começaram explorando a utilização da IA para identificar, diagnosticar, prever, gerir e ajudar a resolver estes desafios.

Um dos exemplos é a startup Mindstrong que utiliza o smartphone como dispositivo de diagnóstico emocional que poderá ajudar na saúde e bem-estar dos seus utilizadores. O principal objetivo é impulsionar a IA de forma que a tecnologia possa prever eventuais problemas emocionais antes de os mesmos se tornarem excessivamente evidentes.

Poderemos encontrar outro exemplo no Instituto para Tecnologias Criativas da University of Southern California (USC). O Instituto está desenvolvendo uma terapeuta virtual, chamada de Ellie, e que através de uma webcam e microfone, tem a capacidade de processar e analisar as pistas emocionais faciais, assim como as variações nas expressões e tom de voz.

Estes são apenas dois exemplos, mas que inseridos num Programa de Saúde e Bem-Estar corporativo podem fazer a diferença.

O Impacto da IA no contexto laboral

Sabemos, à priori, que um ambiente laboral tóxico é capaz de impedir trabalhar, de inovar e – até – colocar em causa a reputação de uma organização. É por isso que todos os elementos de chefia têm a responsabilidade de garantir que fomentam ambientes de trabalho saudáveis, positivos deixando os seus colaboradores satisfeitos, para que estes possam permanecer produtivos e inovadores no seu posto de trabalho.

Com este foco crescente e o aumento dos programas corporativos, é importante compreender o impacto que a tecnologia “inteligente” tem na sua prática. E aqui não nos podemos esquecer do seguinte:

Mais de $300 biliões de dólares são perdidos anualmente pelas empresas devido ao absenteísmo de colaboradores que sofrem de altos níveis de estresse.

Alguns estudos e tendências atuais apontam para o facto que esta tecnologia emergente poderá auxiliar na integração de certas práticas no contexto laboral, tais como as práticas meditativas.

E para as empresas estrategicamente focadas na Saúde e Bem-Estar, isso se traduz num alinhamento quase perfeito do bem-estar dos colaboradores à missão, visão e valores da organização.

É inegável o impacto desta nova tecnologia na própria gestão empresarial e de recursos humanos. Uma série de inovações já são passíveis de serem integradas com outras plataformas existentes no seio das empresas, sejam elas de monitorização, plataformas digitais ou tecnologias associadas com segurança.

A Cloud veio para ficar.

E com estas integrações na “nuvem”, está se tornando possível integrar uma programação organizacional de wellness dentro da infraestrutura digital, e simultaneamente capturar dados que interagem com colaboradores nos vários sectores e até níveis de negócio, de forma – principalmente – ativa.

Com a ajuda da IA, as plataformas, dispositivos de monitorização e ferramentas podem ser interligadas com dispositivos utilizáveis (i.e., wearable). Mas não só o aspeto funcional deve ser tomado em conta.

O futuro dos dados e a IA

À medida que estes dispositivos captam informação – de forma anónima e segura – dos colaboradores, seja através de um input ativo ou automatizado, é possível (tal como vimos anteriormente) verificar padrões, fazer previsões e o mais importante: desenvolver ofertas de programas totalmente dedicados a cada empresa.

Os dados são fonte de informação e essa informação é poder para trazer mudanças positivas.

Apesar de ainda estarmos dando os primeiros passos na incorporação das tecnologias de Inteligência Artificial no contexto do wellness corporativo, existem indicadores de crescimento significativo.

Mas uma coisa sabemos: que são estes padrões, também conhecidos como insights cognitivos, que podem criar previsões precisas de comportamentos dos seus funcionários.

Também, no que se refere a RH e a relações interpessoais, o impacto se avizinha positivo pelo potencial que a IA apresenta de permitir insights para a criação e desenvolvimento de equipes com dinâmicas coesas e inovadoras. Por exemplo, já igualmente possível monitorar e avaliar como membros de equipas colaboram entre si durante o dia, o que reflete este caracter preditivo da IA.

Apesar de estes aspetos parecerem, à primeira vista, intrusivos, sabemos que desde do aparecimento da Internet (e até dos computadores) que as empresas monitorizam a atividade dos seus colaboradores.

Aqui sabemos que um colaborador saudável é um colaborador satisfeito e com a assistência da IA o seu local de trabalho pode se transformar num ambiente que maximiza os pontos fortes de cada funcionário.

E, enquanto alguns possam se sentir inseguros pelo papel da IA em contexto corporativo, especialmente no wellness – em última análise – praticamente todas as ferramentas utilizadas serão digitais e irão renovar a forma como os colaboradores se sentem, operam e produzem o seu trabalho de qualidade.

Escrito por:

Iron

A solução para o bem-estar corporativo.

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Categoria Saúde Digital