Já abordámos, em artigos passados, que o envolvimento dos colaboradores está diretamente relacionado com seus níveis de saúde e bem-estar no contexto laboral.

Quando um colaborador se encontra satisfeito na empresa onde trabalha, isso afeta diretamente sua saúde e sua produtividade. Consequentemente, a forma como se relaciona com a chefia e os colegas também é impactada.

Um colaborador que se sente bem, tem um melhor comportamento e rendibilidade no seu local de trabalho.

Quando a motivação de um colaborador sobe, a sua performance também aumenta – logicamente. Mas o inverso também acontece. Quando um colaborador não se encontra motivado, é mais propenso a desenvolver uma relação mais distante com seu grupo e/ou empresa, se focando somente nos ganhos ao final do mês.

Uma descompensação emocional afeta não só o trabalhador, mas se dissemina no seu grupo de trabalho. Dessa forma é fulcral, não só compreender que o impacto não é isolado, mas extensível aos que o rodeiam.

O Bem-estar e o envolvimento andam de mão dadas

Existem diversos estudos que relacionam estes dois parâmetros. A conceituada Gallup verificou que 62% dos colaboradores que mais participam nas atividades sentem que o seu trabalho afeta positivamente a sua saúde física. Inversamente, quando analisamos os colaboradores que se sentem desmotivados, verificamos que este número diminui para apenas 39%. E o impacto do bem-estar e motivação afeta igualmente a saúde mental de forma transversal.

Se analisarmos os números associados aos trabalhadores desmotivados, conseguimos verificar que 51% dos inquiridos sentem que os seus empregos têm um impacto negativo no seu bem-estar psicológico – o que é relevante comparado com apenas 6% dos trabalhadores envolvidos na sua função e a empresa.

Dado que o contexto laboral é cada vez mais exigente e direcionado para resultados tangíveis, a relação entre o envolvimento e a motivação também deve ser abordada. De modo a sobreviver de forma sustável em ambiente desafiantes e competitivos do mercado atual, é imprescindível a manutenção de altos níveis de produtividade.

A verdade é que a alta produtividade acaba por ser um benefício da motivação do colaborador. Com maiores níveis de saúde e bem-estar, existe maior motivação, envolvimento e, consequentemente, maior produtividade.

Um colaborador motivado se torna um ativo que entrega valor acrescido à organização de forma impressionante.

O que é a motivação e porquê o Bem-estar?

A própria palavra motivação se relaciona com as necessidades, desejos e vontades que levam uma pessoa a agir. De certa forma, poderemos definir como sendo o processo de inspirar as pessoas às ações necessárias para atingir seus objetivos. No contexto profissional, nos referimos especificamente aos fatores psicológicos que moldam o seu comportamento. E esses fatores poderão ser financeiros, de valorização pessoal, satisfação com a carreira, conquista e bem-estar, entre tantos outros.

E efetivamente a motivação ocupa um local relevante dentro do contexto de gestão empresarial, mais especificamente na gestão do desempenho, já que ela é o processo na qual a chefia se certifica que as atividades desempenhadas e os resultados são congruentes com os objetivos organizacionais.

E sabemos de antemão que todos os empregadores pretendem que seus funcionários usem suas competências ao máximo em prol da empresa.

Agora, quando o que é esperado por parte dos colaboradores não se encontra alinhado com as suas necessidades individuais para que se possam sentir bem no seu trabalho, existe potencialmente uma resistência ao envolvimento ativo.

Como poderá um programa de Wellness ajudar?

Como mencionado anteriormente, os colaboradores se envolvem mais nas suas atividades (e com melhores resultados) quando a sua função se relaciona com um espírito comunitário e menos industrial. Neste sentido, um programa de Bem-estar corporativo ajuda na criação desse sentimento comunitário no local de trabalho. A prática de atividades direcionadas para a Saúde e Bem-estar ajudam a fortalecer equipas, juntando colegas através de desafios saudáveis e atividades que promovem a atividade física.

Os empregadores também podem demonstrar o seu apoio para com os colaboradores ao disponibilizarem soluções adequadas e individualizadas às necessidades dos mesmos.

Investir no bem-estar de um colaborador, é investir na sua satisfação e potenciar resultados.

Um estudo desenvolvido pela Virgin Pulse descobriu que 85% das empresas referem que os seus programas de Saúde e Bem-estar apoiam o envolvimento dos colaboradores. Paralelamente, os inquiridos também salientam que é visível um impacto positivo no recrutamento, retenção e cultura organizacional.

Ao implementarem este tipo de programas, os colaboradores desenvolvem relações profissionais mais fortes, o que influencia positivamente a sua satisfação, saúde e compromisso. E esse é um aspeto que necessita ser combatido, já que atualmente a solidão no local de trabalho é uma epidemia crescente na sociedade moderna.

Os profissionais que não têm uma rede de apoio frequentemente se sentem desconectados da sua carreira e se tornam menos interessados na função que desenvolvem. Os programas de Wellness ajudam a combater esse aspeto, proporcionando momentos de interação social com os seus pares e simultaneamente se sentirem mais envolvidos devido às relações interpessoais.

Ainda mais, um programa que seja adequadamente formulado e implementado, se reflete em comportamentos mais saudáveis. Hábitos tais como exercício, nutrição ou qualidade de sono são elementos que podem ter um impacto positivo ou negativo no humor, atitudes e comportamentos no local de trabalho. Quando um colaborador tem hábitos negativos – tal como uma dieta inadequada ou falta de descanso – ele próprio não se sentirá na sua melhor forma para se envolver de forma plena nas atividades diárias.

Nessa dimensão, os programas de saúde e bem-estar auxiliam na promoção de hábitos saudáveis que se refletem na produtividade e humor de todos os colaboradores.

Outro fator de extrema importância no envolvimento do colaborador é a saúde mental e emocional. Neste aspeto, o empregador pode apoiar o bem-estar mental na sua organização através de iniciativas direcionadas, sejam elas educação para uma saúde mais saudável, apoio e recursos.

Uma Cultura de Bem-estar é fundamental.

É relevante salientar que quando se refere na utilização de programas de saúde e Bem-estar para aumentar o envolvimento dos colaboradores, é importante reforçar que o Bem-estar é mais do que somente fitness e nutrição. Iniciativas eficazes são aquelas que tomam em consideração as diferentes áreas que tornam um colaborador único. Para verdadeiramente aumentar o envolvimento, motivação e produtividade, estas iniciativas têm que ser holísticas e personalizadas para se adequarem à força de trabalho.

Quando realizadas corretamente, o bem-estar desempenha uma parte fulcral no sucesso de qualquer empresa e nas estratégias de RH adotadas. Hábitos saudáveis levam a maiores taxas de satisfação e índices de felicidade, enquanto que o envolvimento e interação impulsionam o bem-estar físico, emocional e mental.

Além disso temos certeza de uma coisa mais: que um colaborador satisfeito é o seu melhor colaborador!