A Nova Geração Z: O Bem-Estar e o estresse

Que a maioria dos trabalhadores sofre de alguma forma de estresse, já sabemos. O que estamos descobrindo é que a Geração Z está chegando ao mercado de trabalho já com altos níveis de stress.

À medida que uma nova geração de profissionais chega no mercado de trabalho, se começa a descobrir que o seu nível de estresse já é elevado. De acordo com a pesquisa da American Psychological Association, aqueles que nasceram entre 1994 e 1997 reportam uma saúde mental diminuída.

E 90% reportaram terem, pelo menos, um sintoma de estresse incluindo falta de motivação ou depressão.

Se tentarmos compreender quais os motivos que já afetam a nova geração que começa a chegar nas empresas, poderemos incluir fatores tais como a insegurança, assédio sexual e questões monetárias. No entanto, 77% refere que o trabalho é a causa do seu estresse, comparado com 64% dos adultos, no geral.

Mas em que medida é importante ter noção dos números?

Enquanto o mercado ainda se tenta adaptar aos Millennials, tentando melhor entender os seus motivos, talvez seja altura para começar a mudar o foco, já que os Millennials mais velhos começam a chegar à idade dos 40 anos.

No caso da Gen Z, é evidente o enfase que colocam numa visão holística da saúde, dando importância à saúde física, alimentação saudável e (paradoxalmente) ao bem-estar mental. E de acordo com a Fitt Insider, 72% desta geração considera que a gestão do estresse e da sua saúde mental é a sua preocupação mais importante.

Apesar de apenas estarem, atualmente, entrando no mercado do trabalho, esta geração representa 26% da população global.

Por que deverão as empresas ter a Geração Z em consideração nos seus Programas de Saúde e Bem-estar?

Dependendo da perspetiva que se tome, o trabalho pode ser um local que envolve as pessoas, permitindo que as mesmas sigam as suas paixões. Ou, poderá ser uma experiência que eleva os níveis de estresse ao longo do dia.

No caso desta nova geração, o que parece ser relevante salientar é que o que impacta os níveis de estresse é precisamente a perceção de ambientes extremamente competitivos, prazos de execução muito limitados e muito tempo passado à frente de um ecrã de computador. A esses fatores, acrescem outros trabalhos que limitam o tempo pessoal.

Ao ter estas noções claras de quais os aspetos que são tidos em consideração por esta nova geração, é possível adequar os programas de saúde e bem-estar.

De acordo com um estado realizado pela Neilsen, em 2015, esta nova geração tem mais consciência da importância da saúde na sua vida e 80% reportam escolher uma alimentação mais saudável para prevenir questões de saúde, tais como diabetes, obesidade e colesterol elevado.

Nesta perspetiva, se começa a adivinhar a importância que é também dada às empresas que oferecem medidas preventivas. Apesar de ainda não existir grande destaque a esta geração, é necessário ter em consideração que:

A geração Z começa a atingir a idade laboral e é fundamental a preparação e adequação dos programas de saúde e bem-estar para a captação de talentos.

Como os primeiros nativos totalmente digitais, a Gen Z irá esperar que os empregadores possam disponibilizar, no contexto laboral, as últimas inovações digitais, assim como maior flexibilidade e mobilidade na forma de trabalhar.

Com enfoque maior na colaboração e preferência por open spaces – do que os seus antecessores, especialmente quando comparados com a Geração X ou Baby Boomers – esta nova força de trabalho irá valorizar equipes ágeis e orgânicas que lhes proporcionem significado.

Que outros desafios surgem?

Apesar do seu carácter mais colaborativo, uma grande parte terá dificuldades de interação pessoal com os seus colegas e superiores devido a uma diminuição (esperada) de inteligência emocional e na capacidade de identificar e gerir tanto as suas próprias emoções, como as emoções de outros.

Como poderemos facilmente verificar no comportamento desta nova geração, o desejo constante de estarem sempre ligados tem um impacto emocional elevado. E é precisamente aqui que os (novos) programas de saúde e bem-estar corporativo se devem centrar. Para além de um desfasamento emocional, que resulta em dificuldade interpessoais no local de trabalho, a forma física também poderá ser uma questão pertinente.

Com o excesso de tempo passado a olhar para dispositivos eletrónicos, poderá chegar uma inatividade física e ainda maiores perturbações dos padrões de sono regulares – identificado pela Organização Mundial de Saúde como de “techno-stress”.

As empresas que pretendem ter uma nova geração de trabalhadores que tenha a capacidade de manter o foco terá que criar locais de trabalho que ajudem a equilibrar a geração Z.

Empresas, incluindo a Google, Apple, Procter & Gamble, General Mills e Deutsche Bank já implementam programas de mindfulness para uma melhor gestão emocional dos seus recursos. Ou seja, a implementação de atividades que promovem o mindfulness, na qual os colaboradores se encontram calmos e presentes no momento, poderão auxiliar no aumento da inteligência emocional e capacidade de gestão de situações mais estressantes.

Por exemplo, a Aetna, desde que lançou o seu programa de mindfulness, estima ter poupado cerca de 2 mil dólares por funcionário em custos de saúde e um aumento de produtividade de 3 mil dólares por cada colaborador.

Mais do que nunca, uma retenção de talentos eficaz é imprescindível e tal só é possível com uma abordagem integrada e holística nas novas necessidades da geração mais nova.

Tal como as gerações que vieram antes, a Geração Z irá – com tempo – se adaptar ao contexto laboral. No entanto, é relevante que as relações inter-geracionais sejam fomentadas de modo a acolher uma nova força de trabalho que trará novos desafios à forma como se aborda a gestão de recurso humanos.

E neste desafio, uma nova abordagem à saúde e bem-estar será necessária também.

Escrito por:

Iron

A solução para o bem-estar corporativo.

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Categoria Vida e Trabalho